A data 4 de outubro celebra nacionalmente o dia dos Agentes de Combate às Endemias (ACE). O profissional, que atua na prevenção e controle de doenças como, dengue, zika, chikungunya, febre amarela e leishmaniose, exerce um trabalho humanizado para ajudar toda a sociedade, sem exceção.
Diante das ações de heroísmo social, o Portal MASSA! caminhou ao lado desses trabalhadores para conhecer as histórias de vida. Desafios, cobranças e, sobretudo, responsabilidade também andam lado a lado com esses profissionais.
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Luís Adriano Souza de Lima, supervisor de endemias há 13 anos, entende que o trabalho deles ajuda a não comprometer o atendimento nos hospitais.
"A gente está na base do serviço do Sistema Único de Saúde (SUS)".
supervisor de endemias Luís Adriano Souza de Lima
“A gente está na base do serviço do Sistema Único de Saúde (SUS), quando as pessoas são acometidas por uma arbovirose, isso vai ocasionar um aumento de procura nas unidades de saúde, vai acarretar uma sobrecarga ao sistema. O que fazemos é de suma importância porque é na base, é o que inicia o controle. A gente hoje não imagina que vai combater mais o Aedes aegypti, porque ele já tornou parte da população, ele faz parte do nosso dia a dia, mas a gente trabalha no controle e a gente tenta fazer isso o tempo todo”, destacou.
Luis também destacou que mesmo com receio devido à insegurança vivida em Salvador, a população ainda respeita o seu trabalho. “Principalmente nos locais de periferias, a gente ainda tem maior aceitação, nos acolhem muito bem”.
Trampo de correria
A agente Rosa Márcia tem 56 anos, 22 deles destinados ao trabalho na saúde básica. Com muita seriedade, ela relembrou épocas difíceis que viveu no enfrentamento a dengue no ano de 2002.
“Foi algo terrível. Nós entramos para trabalhar três meses e acabamos ficando por mais tempo. O interessante e horrível é que a gente chegava nas casas e as pessoas mostravam fotos pesarosas de pessoas, familiares jovens que tinham morrido, uma coisa horrível”.
Ela também destacou como era a jornada de trabalho. “Era um trabalho intenso, sério, o dia todo, a gente trabalhava muito”, afirmou a profissional.
Já Alessandra Leite Oliveira, que atua no combate a endemias há 15 anos, destacou que logo no começo não havia equipamentos de segurança eficientes. “Hoje a segurança já não é satisfatória, mas naquela época era pior ainda. Teve muita gente se machucando no exercício do trabalho”.
Apesar das dificuldades Alessandra ressalta a importância desta data.
"É um dia que a gente celebra, porque sabe que a gente tem um papel muito importante, mas também que a gente busca muitas melhorias"
agente de endemias Alessandra Leite Oliveira
“A gente sente essa necessidade de expor essa visão mais ampla, mais holística do que é o nosso trabalho, de que as pessoas têm que se envolver mais, tem que abraçar mais, porque se for só o agente, não funciona. Então assim, esse é um dia que a gente celebra, porque sabe que a gente tem um papel muito importante, mas também que a gente busca muitas melhorias, para que um dia essa nossa função venha ser reconhecida e venha ser abraçada da maneira que merece ser”, concluiu a agente.
Passa nada com os agentes
Enquanto conversavam com a nossa equipe, os profissionais faziam o seu trabalho e acabaram encontrando diversos focos com larvas do mosquito Aedes Aegypti no Saveiro Clube, no bairro da Ribeira, em Salvador. Os agentes então 'meterem mão na massa' para evitar que os mosquitos se proliferem.