
Durante o velório do líder espírita Divaldo Franco, que acontece nesta quarta-feira (14), na Mansão do Caminho, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, seguidores e admiradores aproveitaram para prestar suas últimas homenagens. O médium morreu nesta terça (13), aos 98 anos. Ele lutava contra um câncer na bexiga.

Em entrevista ao Grupo A TARDE,a bióloga Karina Serravalle relembrou um dos últimos momentos que teve com Divaldo. Mesmo debilitado por causa do câncer, o líder espírita apareceu em um curso espírita na Mansão no dia 15 de fevereiro.
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"Esse ano eu tive a honra de ganhar o melhor presente de aniversário da minha vida. A gente não sabia se ele vinha, se tinha melhorado, mas de repente ele aparece. Eu me emocionei tanto que falei 'obrigada, senhor, por esse presente'. Foi a última aparição dele. Ele já estava um pouquinho abatido mas estava bem", disse Karina.
Solange Seixas, professora e voluntaria da Mansão do Caminho desde 1987, contou sobre a personalidade de Divaldo Franco, que prezava pela simplicidade e tolerância.
"Não reclamava absolutamente de nada. Ele comia de tudo e o que tivesse na mesa ele aceitava. Era, acima de tudo, aquela criatura que fazia o bem em todos os aspectos. ensinando a gente a saber usar sem desperdiçar, dando uma demonstração de simplicidade. De vez em quando, era possível se fazer algo especial em uma data, mas normalmente ele comia o que os funcionários comiam. Ele não queria que a comida fosse diferente, porque nos tínhamos que dar o exemplo", destacou Solange.
Edmilson Pereira, de 54 anos, foi uma das pessoas que cresceram na Mansão do Caminho e tiveram o apoio de Divaldo Franco. Ele chegou, junto com a irmã gêmea, aos 3 anos de idade.
"Tive uma vida de paz, de tranquilidade, uma infância adornada por todo o amor, por todo o carinho, por toda a atenção, uma juventude pautada nos exemplos de Divaldo Pereira Franco, Nilson de Souza Pereira, Marlene Bastos e todas as tias daqui, sempre nos orientando como nos comportávamos diante da sociedade, não tendo preconceito, aceitando todos os meninos e, sobretudo, respeitando o ser humano", relata.
Para Edmilson, Divaldo deixou um grande legado para seus seguidores e para a doutrina do Espiritismo. "Solidariedade, de amor ao próximo, de continuidade da obra que ele deu início, de levarmos a doutrina espírita à frente, sem achismo, sem deturpações, sempre atendendo aqueles que nos batem a porta", completa.

A procuradora do estado Maria da Conceição frequenta a Mansão do Caminho há anos. Ela afirma que Divaldo Franco era mais do que um líder religioso, era um modelo de conduta.
"Ele deixou um legado gigante de exemplo de muita transformação através de sua obra e palestras. Quem teve a oportunidade de conhecer de perto sentiu uma energia diferente, uma sabedoria inigualável em várias áreas. Para quem fica, a gente fica um pouco mais pobre de poder ouvi-lo e de estar perto fisicamente. Mas, certamente é uma missão de quase 100 anos de muitas moratórias e superações. Fica de exemplo para gente que, a gente como humano, se portar como um espírito de luz", destaca.

Sepultamento
O corpo de Divaldo será sepultado na quinta-feira (15), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, mesmo local onde foi sepultado seu amigo e companheiro de jornada na criação e manutenção da Mansão do Caminho, Tio Nilson de Souza Pereira.