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qual foi aí, véi? - 17/05/2023, 12:31 - Vinicius Rebouças

Acelen não segue Petrobras e preço da gasolina frustra população

Mercado e patronal pregam cautela em momento de mudanças

Preço na bombas da capital baiana segue o mesmo
Preço na bombas da capital baiana segue o mesmo |  Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

A expectativa em ver a redução nos preços da gasolina e do diesel virou frustração para quem procurou os postos de combustíveis nesta quarta-feira, 17, em Salvador. A queda nos valores da gasolina e do diesel anunciada ontem pela Petrobras passa ao largo da terra do dendê.

"Eu botei quase oito litros na moto, deu R$ 44. Mudou nada não. Aqui a gente não tem moral." A lamentação do motoboy Bruno Silva representa o sentimento de quem foi pego de surpresa na 'boca da bomba' ou na 'porta do posto'. Não foi o caso de Marcos dos Santos. O motorista por aplicativo disse ao Portal Massa! que sabia que os preços não iriam baixar porque "aqui não tem nada a ver com a Petrobras".

De fato. Enquanto outros estados navegam na possibilidade ter até 8% de redução no preço final da gasolina, nas bombas da capital baiana o preço médio segue R$ 5,20. Oficialmente a Bahia que está fora da nova política de preços adotada pela Petrobras, que agora terá mais flexibilidade para praticar preços competitivos "se valendo das melhores condições de produção e logística", como explicou a estatal em comunicado.

Por aqui a definição a tabela de preços é com a Acelen. E a empresa responsável pela Refinaria Landulpho Alves (RLAN) já se manifestou sobre o assunto. Diz a nota: "Acelen informa que os preços dos combustíveis produzidos na Refinaria de Mataripe seguem critérios técnicos, que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, dólar e frete, em consonância com as práticas internacionais de mercado."

A tal 'consonância com o mercado internacional' sempre foi o ponto divergente entre a antiga PPI praticada pela Petrobras e a opinião pública. Na política de paridade adotada em 2016 durante o governo Temer, o preço desses produtos no mercado interno acompanhava as oscilações internacionais, ou seja, não havia intervenção do governo para garantir preços menores em caso de disparada do dólar.

O quesito foi batido e rebatido pelo Sindicato dos Petroleiros do Estado da Bahia (Sindipetro), que chegou a manifestar oposição à privatização da RLAN. "O que já era ruim com a Petrobrás devido à política do PPI, adotada nos governos de Bolsonaro e Temer, ficou pior com a Acelen. A empresa privada aplicou um PPI ainda mais intenso e perverso", afirmou o diretor de comunicação Radiovaldo Costa.

Do outro lado a Acelen reforçou que "a empresa possui uma política de preços independente e transparente, a partir de uma fórmula objetiva, homologada pela agência reguladora, que assegura previsibilidade e preços justos, visando um mercado mais competitivo no país".

Mercado prega cautela

No meio desse cabo de guerra, o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes da Bahia (Sindicombustíveis-BA) segue sem se pronunciar. Fontes ligadas ao Portal Massa! apontam que a diretoria do patronal prega cautela por considerar que o momento é de observar como a refinaria vai praticar os preços.

Essa mesma cautela é pregada pelo mercado interno em relação à extinção da antiga PPI. Ainda pairam dúvidas sobre o funcionamento da nova política de preços anunciada pela Petrobras, já que o petróleo é uma commodity cujo preço varia de acordo com o mercado internacional.

Por conta disso, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araújo, teceu duras críticas ao plano do Governo Lula. "Com essas variáveis vagas, a Petrobras poderá alterar os preços ao bel-prazer de uma forma não transparente, sem ferir a própria governança, uma vez que está mudando a sua política de preços".

Para Araújo, é preciso esperar para verificar como a Petrobras vai implementar a estratégia antes de especular os impactos dessas medidas nas demais esferas da Economia. Segundo o presidente da Abicom, as reduções de 12,6% na gasolina e 12,8% no diesel já eram esperadas pelo mercado, uma vez que os preços da Petrobras estavam acima do PPI.

No momento essa paciência do mercado nacional está fora dos planos de quem paga um combustível mais caro aqui na Bahia. Principalmente os que dependem dele para ganhar o pão, caso do motorista por aplicativo Marcos dos Santos. "A questão agora é o pessoal se unir para fazer com que a Acelen se iguale à política que a Petrobras está adotando. Porque é injusto ter um refinaria com um percentual muito alto, que não é a realidade do país."

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