Para celebrar o Dia da Baiana de Acarajé, comemorado em 25 de novembro, uma ação da Prefeitura de Salvador, em parceria com a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (ABAM), vai vender a iguaria a preço fixo de R$ 10 em tabuleiros selecionados e espalhados pela cidade. Na campanha “Dia da Baiana Feliz” os consumidores poderão adquirir um voucher por esse valor e, nos dias 25 e 26 deste mês, poderão trocá-lo pelo bolinho com o recheio da maneira que quiserem.
Esse é o primeiro ano da ação e todo o valor arrecadado será revertido para a própria ABAM. Os vouchers serão vendidos em tabuleiros que estarão identificados com a identidade visual da ação e a lista pode ser acessada nas redes sociais da ABAM. A troca, no dia 25, deverá ser realizada no Memorial das Baianas, no Pelourinho. Já no dia 26, os consumidores poderão trocar em 24 pontos espalhados por Salvador.
De acordo com Gegê Magalhães, diretor de Turismo de Salvador, essa é uma ação de valorização da cultura do estado e da baiana como um símbolo. “A baiana é a Bahia. Viemos buscar um projeto que faça deste mês um grande movimento em prol da baiana e queremos que se estenda por anos”.
Para Rita Santos, presidente da ABAM, a iniciativa é um bom começo para o que a categoria reivindica. “A gente se junta para mostrar que baiana é resistência. A gente precisa de políticas públicas de cultura, de saúde. Celebramos e reivindicamos”, disse.
Além da venda dos vouchers, a programação inclui uma missa festiva na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, cortejo das baianas e um almoço para 400 convidados.
Polêmica: Bolinho é patrimônio do Rio?
O acarajé esteve envolvido em uma polêmica nos últimos dias ao se tornar patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro. Nas redes sociais, baianos criticaram a decisão, reivindicando o pertencimento cultural da iguaria. Na contramão das críticas, a ABAM defendeu a aprovação da Lei 10.157 de 2023.
Para a presidente da associação, essa é uma maneira de preservar a preparação e comercialização do acarajé na sua maneira original, respeitando a cultura e a ancestralidade da iguaria. “Não era pra ter polêmica. O que eles estão fazendo no Rio de Janeiro não é ser dono do Acarajé, eles estão salvaguardando aquilo que nós estamos deixando escapar pelos nossos dedos”, disse Rita.
“Aqui, hoje, é possível encontrar acarajé cor de rosa, com doce de leite, com marisco, com bacalhau, com ketchup e maionese... é contra isso que a população tinha que brigar, para não permitir, por exemplo, símbolos de outras religiões dentro do tabuleiro. Aqui a gente encontra bíblia no tabuleiro, chamam o acarajé de bolinho de Jesus. É uma aberração”, concluiu.
leia também