A Independência do Brasil na Bahia só acontece, oficialmente, nesta terça-feira (2) mas o estado e Salvador já vivem o clima dessa data de tanta representatividade. Na capital baiana, a Praça General Labatut, no bairro de Pirajá, em Salvador, reuniu, no final da tarde desta segunda-feira (1º), centenas de pessoas para a tradicional cerimônia que marca a chegada do Fogo Simbólico.
Dentre os diversos atos culturais que ocorreram, na segunda-feira (1º), foi a apresentação do grupo Cortejo Afro, criado no ano de 1998 em Pirajá, que atraiu a atenção de todo o público. Em entrevista ao MASSA, Alberto Pitta, diretor artístico do grupo, falou da representatividade e da importância do grupo - que completa 26 anos, hoje - para a localidade e para os atos do 2 de Julho. "O Cortejo Afro é um bloco do bairro de Pirajá, então, nada mais justo do que estar aqui. Para nós, participar desse momento é tudo. É um acontecimento porque é um bloco que trabalha a arte, a cultura, a estética. E a comunidade vem, cada vez mais, se apropriando do Cortejo, que é um bloco do bairro", disse.
O figurino, os tambores, as batidas e, em cada detalhe do grupo, é possível sentir muita ancestralidade no bloco afro que segue arrepiando e fazendo história com seus ritmos africanos. Marilucia Bonfim, 35 anos, compareceu para prestigiar a apresentação do grupo. Para ela, o Cortejo Afro é símbolo de resistência e inspiração. "Quando a gente assiste essas meninas negras tocando e dançando, a gente se arrepia porque, de alguma forma, a gente se identifica com elas, com as canções. Até as crianças dançam", declarou.
"A gente tem que estar aqui prestigiando e trazendo a luz para esse fato histórico muito importante. É um bairro que precisa, cada vez, mais ser reverenciado porque o pessoal de Pirajá foi fundamental nessa vitória. Trouxemos o Cortejo Afro para esse evento, pelo pertencimento e pela força que eles têm", destacou Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos.