
No último dia de Carnaval, o clima de folia deu espaço para a tradição junina no Pelourinho. Na tarde desta terça-feira (4), foi realizada mais uma edição do Cortejo Junino, desfile que contou com a apresentação de 10 quadrilhas juninas vindas do interior da Bahia. Ao som de muito forró, a atração encantava a todos os foliões que passavam pelo local.
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A iniciativa é organizada pela Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEBAQ) e reuniu mais de 300 quadrilheiros. Carlos Brito, presidente da FEBAQ, defendeu a importância de levar um pouco da cultura do São João para dentro do período carnavalesco. "É diferente, é emocionante, porque quem vive o movimento junino sabe muito bem que no São João a gente não para. Então, estar no Carnaval é se sentir incluído e informar que não só de Carnaval vive a Bahia, a Bahia vive do São João também", afirmou em entrevista ao MASSA!.
Carlos acredita que existe um simbolismo em realizar o cortejo durante o último dia oficial do Carnaval. O desfile serve como um aperitivo do que estar por vir no São João. "Como o Carnaval é um evento da diversidade, onde todos podem se apresentar e mostrar seus trabalhos, as quadrilhas juninas jamais poderiam estar de fora. As quadrilhas juninas vem aqui para avisar que tá vindo o São João", completou.

O presidente da FEBAQ enfatizou o papel da cultura junina para o turismo e a economia do estado. "A ideia do projeto é avisar a todos que nós não temos só o Carnaval como peça turística para a Bahia, o São João também tem uma força muito grande do turismo e que faz a economia rodar", argumentou.
Qualquer um que passasse se animava ao som do carro elétrico que guiava o desfile. As reações eram um misto de surpresa e admiração. "Os foliões ficam surpresos e, ao mesmo tempo, agraciados em ver a beleza dos figurinos, da tradição e da energia dos brincantes", observou William Azevedo, presidente e coreógrafo da quadrilha Poeira do Sertão.

Criada em 2013, a Poeira do Sertão surgiu em São Sebastião do Passé. Para William, a experiência de se apresentar na capital baiana é algo enriquecedor. "É uma troca de experiências, porque a gente acaba adquirindo experiência com quadrilhas mais velhas", explicou.
O coreografo aponta que o desfile das quadrilhas tem um tempero especial se comparado a outras atrações do Carnaval. "É uma pegada original. Não que os outros não sejam, mas eu acho que a cultura junina tem seu tempero diferente, uma tradição diferente que abrange todo o contexto de nossa cidadania", contou.

Mesmo com cada quadrilha tendo suas diferenças, todas as equipes contam com uma noiva e um noivo. Noiva da Poeira do Sertão há 12 anos, Paula Monique explica que a figura da noiva é de extrema importância para o desfile. "Eu fui me dedicando e acabei me identificando muito com esse universo branco, com o mundo das noivas. A noiva é o coração da [quadrilha] junina, então ela carrega toda a história, transmite toda aquela emoção", detalhou.
Dentro do cortejo, o casamento desempenha uma função parecida com a do samba-enredo das escolas de samba. Apesar de todos os anos acontecer um casamento, a história dele sempre muda. "Não necessariamente a gente vem falar sobre o casamento da roça, que é o que todo mundo tá acostumado. Como as quadrilhas juninas hoje em dia são estilizadas, o casamento vem contar um enredo em que os noivos se encontram", contou.

Carnaval de Salvador Ao Vivo
O maior Carnaval do mundo está sendo transmitido pelo Grupo A Tarde, no Youtube, pelo canal A TARDE Play. Acompanhe a terça-feira (4) do A TARDE Folia, no Circuito Barra/Ondina, apresentado por Wanda Chase, Ildázio Tavares Jr. e Gustavo Castellucci.