Com valores que ultrapassam dois salários mínimos, os ingressos de alguns camarotes do Carnaval de Salvador custam 'os olhos da cara'. Se compararmos com o preço do café e do ovo, produtos super inflacionados nos últimos dias, dá para comprar 'meio mundo' das mercadorias e ficar com um estoque de boa.
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Três dos maiores camarotes da cidade ofertam ingressos acima de R$ 2 mil. O dia de folia mais caro do Camarote Salvador, por exemplo, está no valor de R$ 4.490, na terça-feira, para os homens.
Fazendo uma comparação com produtos da cesta básica, esse valor equivale a aproximadamente 249 pacotes de café de 250 gramas, tomando por base o valor de R$ 18. Já o sábado do Camarote Villa, o 'mais barato desta' lista, está sendo vendido a R$ 1.630, o equivalente a 60 placas de ovos.
A opinião do folião com renda média em Salvador não é favorável aos valores cobrados. Edilson Pinheiro, escrevente de um cartório da capital, acha os preços inacessíveis: “A minha renda mensal é menor que o valor cobrado, haja vista que o preço pago é para somente um dia, o que se torna totalmente inviável. Com esse valor todo, com certeza, pagaria as despesas do mês”, disse ao Massa!
Apesar disso, o segundo espaço mais caro desta lista, o Camarote Brahma, com ingressos vendidos a preços acima de R$ 1.600, já não tem mais vagas disponíveis para o seu sábado de carnaval, antes mesmo do início oficial do festejo.
Para muitos, esses valores chegam a ser inimagináveis e até absurdos para um único dia de folia. “Nunca na vida seria acessível pagar esse valor em um dia. Eu trabalho 30 dias no mês para ganhar um salário mínimo”, contou Tainá dos Santos, frentista de posto de combustíveis.
Se você deseja curtir os sete dias de folia em um dos camarotes citados, é bom preparar o bolso, pois os preços vão de R$ 15 a R$ 21 mil para ingressos masculinos. “Eu, com esse dinheiro, faria milhares de coisas na minha casa, na minha vida. Eu não vou pegar R$ 3.290 para gastar em um camarote, pelo amor de Deus”, opinou Everton Cerqueira, técnico de enfermagem.
*Sob supervisão do editor Jacson Brasil
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