
O Carnaval oficialmente começou em Salvador. Depois de muita espera, a festa foi oficialmente iniciada na tarde de ontem, na Praça Castro Alves, no Centro Histórico de Salvador. Embora os circuitos Dodô (Barra/Ondina) e Osmar (Campo Grande) sejam as grandes estrelas da festa, o Pelourinho se mostra uma boa opção para quem não gosta de tanto tumulto.
Popularmente conhecida como uma festa de muvuca, o Carnaval no Pelô se prova como um refúgio para quem quer curtir uma folia mais "tranquila". "Resolvi vir para cá por conta de minha neta, por ser um ambiente mais tranquilo e melhor para a criança", comentou Cristina Ribeiro, 43 anos, acompanhada da pequena Isadora, de apenas quatro anos.
Cristina admite que não fazia ideia das atrações e só optou pelo Pelourinho por ser uma melhor opção para curtir com a família. "Eu saí do trabalho, estou fardada ainda, e vim às cegas só para trazer ela", disse. Apesar de ser uma festa mais light, os foliões não conseguiram manter os pés no chão quando começou o desfile das escolas de samba.
Ítalo Gamma, 21 anos, é dançarino há dois anos e conta que a sensação de desfilar é sem igual. "Para mim é gratificante demais. Morar em Salvador e compartilhar isso com outras pessoas que vem de fora é um orgulho", contou. Para Ítalo, desfilar no Pelourinho é especial por conta do significado que o local carrega. "Aqui é o centro da arte, é o centro de tudo. Eu acho que a energia de Salvador toda se concentra aqui" explicou.
As ruas do bairro foram tomadas por uma diversidade de foliões, misturando quem estava indo pela primeira vez com quem já é "calejado" em aproveitar a folia momesca. José Luiz, 61 anos, e Márcia Teixeira, 57 anos, são casados e aproveitam a festa juntos há uma década. "Para a família, para passear e até mesmo para namorar, o Pelourinho é fantástico. A tranquilidade daqui é muito gostosa", contaram.
Mesmo com os dois já tendo passado da casa dos cinquenta, os pombinhos mostram que vitalidade não tem nada a ver com a idade. Antes da pandemia, os dois conseguiram pular doze dias seguidos de festa e deixam uma dica para quem quer aproveitar o período ao máximo. "Se você gosta, se jogue. Vá de cabeça que você vai se dar bem", aconselharam.
Uma oportunidade para descolar um trocado
Além da alegria e baderna, o Carnaval também é famoso por ser uma oportunidade para fazer aquela moeda extra no início de ano. Reunindo diversos turistas, a festa é um período de vacas gordas para vendedores ambulantes e para as baianas de acarajé. Marise Bernada, 64 anos, trabalha vendendo acarajés há 10 anos esbanjando alegria e simpatia. "É maravilhoso. É gostoso ser baiana, é uma tradição", declarou. Trabalhando no Carnaval do Pelourinho há quatro anos, Marise explica que o local se tornou uma opção melhor para suas vendas que outros circuitos. "Sai muita gente aqui. Aqui é mais tranquilo, mais calmo. Além da questão da tradição", contou
