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Estão na luta - 02/03/2023, 07:20 - Amanda Souza

Condições de trabalho de cordeiros são debatidas

Sindicato e Sepromi se reuniram para tratar carências da categoria

Cordeiros lutam por melhores condições de trabalho
Cordeiros lutam por melhores condições de trabalho |  Foto: Denisse Salazar /AG A TARDE

Passados os festejos, sobram as memórias - as boas e aquelas que não desejamos repetir. Pensando nisso, o Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros (Sindcorda) da Bahia está mobilizado em buscar melhores condições de trabalho para a categoria durante o carnaval.

Nesta quarta-feira (01), representantes do Sindcorda estiveram na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), junto à titular da pasta, Ângela Guimarães, para debater o balanço do carnaval deste ano e propor melhorias para as próximas festas no que se refere ao trabalho dos cordeiros.

A reunião aconteceu a convite da Sepromi após uma série de ocorrências de desrespeito relatadas durante a folia momesca. “Nossa secretaria tem por

missão a implementação de políticas de proteção a esses grupos mais vulnerabilizados”, ressaltou a secretária. “É uma massa negra que trabalha de forma exaustiva e precarizada no contexto do carnaval sendo quase sempre mal pagos e explorados”, concluiu a secretária.

Para Matias Santos, presidente do Sindcorda, o encontro é uma oportunidade de levar uma demanda urgente da categoria para o poder público. “Os trabalhadores cordeiros passam por muitas dificuldades durante o carnaval”, disse o gestor. “E não é só sobre a diária, mas sobre as condições de trabalho, os equipamentos, o tratamento”, pontua.

O principal pedido do sindicato é que a categoria seja tratada com profissionalismo e dignidade. “Foram dois anos sem carnaval, sem trabalho e sem nenhuma assistência”, desabafa. “A gente faz um apelo para que o poder público sente com o sindicato para avaliar as condições precárias em que essa categoria trabalha”, pede Matias.

ESTRUTURA ADEQUADA

Na tentativa de garantir a dignidade no exercício dessa atividade, a proposta do Sindcorda é que seja montada uma estrutura de apoio a esses profissionais nos circuitos da festa. “Um galpão de apoio onde ele possa ter um complemento alimentício, um local para descansar, tomar um banho”, explica Matias. “Em geral, esses cordeiros moram na periferia e passam os sete dias no circuito, não vão para casa para evitar gastar transporte e tempo”, concluiu.

Ainda de acordo com o presidente, o Sindicato se compromete a colocar mão de obra voluntária nesses espaços, mas conta com o poder público para montar a estrutura adequada.

A secretária Ângela Guimarães concorda que há possibilidade de executar essa tarefa, que já é realidade para os catadores, por exemplo. “Essas ações vão sendo aperfeiçoadas com o passar dos anos. A intenção agora é acolher esse outro público”, disse.

PRÓXIMOS PASSOS

Dando continuidade às ações em busca da melhoria das condições de trabalho da categoria, na próxima sexta-feira (3), às 9h, haverá uma audiência pública no Ministério Público do Trabalho (MPT). “Além da entidade sindical, estarão presentes algumas entidades carnavalescas que foram notificadas a comparecer e prestar esclarecimentos referente à falta de pagamento a alguns cordeiros, pro exemplo”, explica Mateus Santos, diretor do Sindcorda. Para a discussão no contexto das condições de trabalho, o sindicato propõe a criação de sansões pela falta de cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC); o oferecimento, por parte dos blocos e agremiações, de cursos de qualificação aos profissionais ministrados pelo próprio sindicato; e solicita um assento no Conselho do Carnaval (Concar).

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